Nova Zelândia – Vinhos dos
Confins da Terra
A Nova Zelândia produz vinhos de
estilo ímpar e qualidade destacada, apesar de sua relativamente curta história
vitivinícola.
Falamos de um país que teve seus
primeiros vinhedos implantados logo após a fundação do país, no início do séc.
XIX, e seu primeiro vinho produzido anos depois, pelo missionário James Busby,
entusiasta e pai da vitivinicultura kiwi.
Por muito tempo o foco foi em
vinhos simples, muitas vezes recorrendo a variedades híbridas, visando atender
fundamentalmente o mercado de consumo local. A onda da mudança começa nos anos
1970, quando Malborough começa a destacar-se pela sua produção de vinhos
premium baseados na casta Sauvignon Blanc.
Falamos aqui de um país de
pequenas dimensões. Ainda que falemos de 1.600km de Norte a Sul, quase o triplo
de Portugal, são menos de 5 milhões de habitantes espalhados por esse
território, que respondem por menos de 1% da produção vitivinícola global.
Muitos são os fatores que
contribuem para tal destaque. Trata-se de uma nação que, justamente por seu
isolamento geográfico e pequena população, foca sobretudo em vinhos de alta
qualidade, afinal, não são baixos os custos de produção quando tem-se escassez
de mão de obra.
Porém fatores geográficos também
favorecem a produção de vinhos de elevada qualidade. Embora tenhamos climas que
vão do subtropical no norte até o fresco clima montanhoso do sul, onde estão os
vinhedos mais meridionais em todo o mundo, um fator comum à todas as zonas
produtoras é o natural frescor de seus vinhos, proporcionado pela proximidade
do oceano, nunca a mais do que 130km de distância de qualquer ponto do país.
Dividida entre duas grandes
ilhas, Norte e Sul, com produção em toda sua extensão territorial praticamente,
a Nova Zelândia tem mais de 60% de seus vinhedos na região de Malborough, no
Norte da ilha Sul, seguida de Hawkes Bay, na ilha Norte, e Central Otago, no
extremo Sul. A casta mais cultivada, grande símbolo nacional, é a Sauvignon
Blanc, com mais de 21.000 ha plantados, mais de 50% da área total, seguida da
tinta Pinot Noir e da Chardonnay.
Outro fator de importante
destaque aqui é a constante preocupação com a questão ambiental; 98% dos
vinhedos são certificados como sustentáveis e o país caminha a passos largos
para atingir a ousada meta de contar com 20% de seus vinhedos certificados como
orgânicos até o ano que vem, característica muito valorizada hoje em dia por
consumidores e profissionais. Temos ainda uma preocupação a atenção constantes
com a inovação, sempre introduzindo as mais modernas técnicas e equipamentos na
vitivinicultura, usualmente na vanguarda deste setor, mesmo nas embalagens,
campo no qual podemos destacar a importância do screwcap, presente como vedação
de mais de 90% dos vinhos.
O típico Sauvignon Blanc neozelandês
é um branco fresco, de acidez vibrante, marcados aromas citrinos e à frutos
tropicais, além de evidentes notas vegetais, tão ligadas à casta, evocando
espargos e relva recém cortada. Com médio corpo e boa persistência, oferecem
excelente alternativa para harmonização com frutos do mar e peixes brancos, ou
ainda acepipes como os pastéis e pataniscas de bacalhau.
Já os Pinots da ilha,
especialmente os de Central Otago, são tintos expressivos e frutados, com
marcado frescor e a típica sedosidade de seus taninos, sempre interessantes em
harmonizações com carnes suínas, aves como codornas, peru e pato, ou ainda com
massas e risotos com cogumelos.
Por certo, uma nação que merece
maior atenção de sommeliers mundo afora!
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