sexta-feira, 5 de abril de 2013

Canadá!

Segue texto publicado na edição nº19 da Classe A Magazine, com um pouco mais de informação sobre os vinhos do Canadá.

"Nos últimos tempos, tem surgido e, nossas prateleiras algumas opções de vinhos canadenses; mais até do que isso, o fluxo cada vez maior de brasileiros ao exterior tem permitido que muitos tenham contato com estes produtos, já não tão incomuns assim.

No entanto, ao pensarmos em Canadá, a primeira imagem que nos vem à mente é a de um país frio, quase polar, onde fica bem difícil imaginar a produção de vinhos finos. Esta é uma meia verdade! De fato, o Canadá tem um clima predominantemente frio, porém, as áreas mais próximas à fronteira com os Estados Unidos estão tão próximas do equador quanto à ensolarada Toscana. O clima, predominantemente continental, permite, em zonas específicas, verões suficientemente quentes e longos para permitir a maturação de uvas viníferas de boa qualidade.

A vitivinicultura canadense é definida pela proximidade dos vinhedos com massas de água, como grandes lagos ou rios, que funcionam como um alívios às agruras do inverno. A maior parte da produção se concentra nas províncias de Ontário e British Columbia, respectivamente a leste e a oeste do país.

Em British Columbia, próximo ao estado americano de Washington, a produção está forte mente concentrada no Okananga Valley, cortado pelo rio homônimo. Em especial nos crescentes vinhedos do sul da região, uvas como a Cabernet Franc, Pinot Noir, Riesling, além de cepas normalmente plantadas em climas mais quentes, como Cabernet Sauvignon e Syrah, tem apresentado resultados promissores.

Já em Ontário, localiza-se a principal região produtora do país, a península de Niágara. Protegida do frio excessivo pelos lagos Ontário, ao norte, e Erie, ao sul, concentra a maior extensão de vinhedos, e tem obtido resultados surpreendentes e consistentes com castas como a Riesling, Pinot Noir e Cabernet Franc. Além das vantagens climáticas, o sucesso da península do Niágara se deve também a visão dos produtores, que no final dos anos 1980, foram os primeiros do Canadá a estabelecer regras definindo a qualidade e procedência de seus vinhos. Vinhos com a sigla VQA (Vintners Quality Alliance) são, em geral, uma garantia de boa qualidade.

Porém, ainda que a maior volume produzido seja de vinhos secos, é importante destacar aquele que talvez seja o mais conhecido produto canadense, em especial por sua ligação íntima a imagem que temos do Canadá como um país gelado, o Ice Wine, ou vinho do gelo.

Com um clima seco e invernos muito frios, o Canadá tem condições de produzir vinhos a partir de uvas congeladas todos os anos, diferente de regiões também consagradas por este produto na Alemanha e Áustria. A título de informação, o Ice Wine (ou Eswein, na Alemanha e Áustria) é um vinho produzido com uvas sobre maduras, que ficam nas parreiras até a chegada do inverno rigoroso, que as congelará, sendo então colhidas e prensadas ainda congeladas. Deste modo, boa parte da água se separa do restante do mosto, ficando este muito doce e concentrado. No caso específico do Canadá, a colheita só pode ser feita com temperaturas de -8 C°, e o vinho resultante deve ter não menos do que 100gr/l de açúcar residual. São vinhos sedutores, pelos quais é fácil se apaixonar.

Os melhores exemplares são obtidos com a Riesling, porém, e esta é outra particularidade canadense, vinhos muito bons são também produzidos com a casta híbrida Seyval Blanc. Os preços, lá no Canadá, podem variar entre boas ofertas até custos significativamente mais elevados. Em todo caso, são vinhos únicos, vibrantes, dos quais vale muito a pena ter-se a experiência de tê-los provado. Encontrando algum, aqui ou em sua próxima viagem, não perca a chance de conhecê-lo!"
Espero que tenham gostado. Grande abraço e até a próxima!

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