segunda-feira, 28 de junho de 2010

Safra 2010 no Via Gastronomia.

Olá a todos. Peço desculpas em primeiro lugar pela falta de atualização deste blog, e mesmo agora escrevo para fazer uma "meia" atualização.
Escrevi uma artigo sobre a safra 2010 dos vinhos nacionais para o site Via Gastronomia, e deixo aqui o link. Visitem o site e dêem uma olhada no artigo.
http://www.viagastronomia.com/portal/index.php?option=com_content&view=section&layout=blog&id=10&Itemid=120
Abraço e até a próxima.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Degustação - Viña Ventisquero

Olá a todos.
Conforme prometido no último post, seguem as notas de degustação dos vinhos da Ventisquero. Espero que gostem.

1 - Ramirana Reserva Chardonnay/Sauvignon Blanc 2008
Nova linha da Ventisquero, focada apenas em vinhos de corte, sob a responsabilidade do enólogo Alejandro Galaz. Este corte não muito comum, de Chardonnay (58%) e Sauvignon Blanc (42%), provém de vinhedos no vale de Casablanca, e apresenta uma brilhante coloração verdeal, aromas cítricos, florais, e um discreto vegetal. Na boca tem bom frescor, frutas, e uma persistência de ligeira para média.
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2 - Ramirana Grand Reserva Sauvignon Blanc/Gewurztraminer 2009
Falando em cortes pouco usuais, eis um bem diferente, com a leve e ácida Sauvignon Blanc (70%), atenuada e complementada pela intensa e condimentada Gewurztraminer (30%). A idéia e boa, mas o resultado ainda deixa um pouco a desejar. As uvas são provenientes do Valle de Rapel, próxima a Costa, porém mais quente que Casablanca, carecendo portanto de acidez e frescor. É um vinho aromático, de médio corpo e ligeiro.
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3 - Ramirana Grand Reserva Syrah/Carmenére 2007
Um bom vinho, com aromas complexos, frutas maduras e em geléia, especiarias, cacau e café, além de uma pequena nota vegetal de fundo. Na boca, boa acidez, taninos finos e média persistência.
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4 - Ramirana Premium 2007
Vinho principal desta linha, um corte de Syrah, Carmenére e Cabernet Sauvignon. Encorpado e complexo, com notas de tabaco, fruta madura, especiarias e tostado. Uma nota vegetal bem evidente da conta da participação da Carmenére neste blend.
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5 - Ventisquero Reserva Sauvignon Blanc 2009
Proveniente de Casablanca, apresenta muito frescor, com aromas cítricos e vegetais, alem de uma leve toque mineral. Na boca, muita acidez, leve, bem equilibrado, com média persistência.
4D

6 - Queulat Sauvignon Blanc 2009
Também de Casablanca. Semelhante ao anterior, com uma notinha cremosa na boca, e um retrogosto vegetal mais intenso. Um pouco mais de corpo e um pouquinho menos elegância.
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7 - Ventisquero Reserva Syrah 2008
Correto, com fruta madura, framboesa e especiarias. Bom frescor e taninos finos. Sobra uma pontinha de álcool.
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8 - Queulat Carmenére 2007
Um bom Carmenére, com frutas maduras, especiarias, e aquela notinha vegetal característica. Na boca é agradável, com taninos finos e boa persistência, mas um discreto amargor no final.
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9 - Queulat Pinot Noir 2008
Muito bom, com coloração típica, nariz fresco, com frutas maduras e canela. Na boca apresenta bom frescor, taninos muito finos e sedosos. Muito equilíbrio e média/alta persistência.
4D

10 - Grey Chardonnay 2008
Um Chardonnay um pouco mais maduro, do Valle de Casablanca, com frutas tropicais, baunilha, e maçã, além de um toque mineral. Boa acidez, com os aromas repercutindo na boca.
4D

11 - Herú 2007
Reproduzo aqui minhas observações sobre este vinho do post de fevereiro:
O vinho tem uma atraente coloração rubi, de média/baixa intensidade, bem típica de Pinots jovens. No nariz apresenta frutas vermelhas maduras, delicadamente entremeadas com especiarias, um perceptível toque mineral, e um agradável aporte de baunilha das barricas. Na boca ele é fresco, desdobrando-se em camadas de sabores e texturas, cremoso e sedoso. Muito equilibrado, não deixando transparecer em nenhum momento seus 14° de álcool.
5D

Espero que tenham gostado. Àqueles que ainda não conhecem, recomendo fortemente os bons vinhos da Viña Ventisquero.
Dúvidas sobre meu sistema de pontuação? Leia o post "Degustações e Pontuações".
Abraço e até a próxima.

sábado, 5 de junho de 2010

O Retorno! Com Viña Ventisquero!

Enfim, depois de um longo e tenebroso inverno, eis que consigo, finalmente, voltar a atualizar este blog! Aleluia!! E, conforme prometido, vou contar aqui um pouco de minha visita a Viña Ventisquero em novembro.

Fachada da Ventisquero
A visita ocorreu mediante um convite da Cantu, importadora responsável pela distribuição dos vinhos da Ventisquero no Brasil, e tinha, por parte da Ventisquero, o objetivo de apresentar melhor a proposta de trabalho da vinícola, sua cuidadosa pesquisa de microterroirs, e uma série de produtos presentes no mercado nacional.
Fundada em 1998, a Ventisquero é fruto dos investimentos do empresário Gonzalo Vidal, que já atua há algum tempo no ramo de exportação, e teve, desde o princípio, o objetivo de produzir vinhos de vanguarda, acessíveis aos mais variados mercados mundiais. Com vinhedos em Maipo, Casablanca, Colchagua, a Ventisquero produz vinhos em três linha principais, Yali, Ramirana e Ventisquero, e conta com a direção enológica de Felipe Tosso, e a consultoria do enólogo australiano John Duval, que auxilia na produção dos dois vinhos principais da vinícola, Pangea e Heru.
Após um voo tranquilo e uma noite de descanso no Hotel Holiday Inn, no aeroporto de Santiago, pegamos a estrada rumo ao Fundo Trinidad, onde ficam a maior parte dos vinhedos e a Bodega da Ventisquero. Numa visita conduzida pelo próprio Felipe Tosso, pudemos conhecer as instalações da bodega (que vocês podem ver nas fotos abaixo) e observar a preocupação com pesquisa e desenvolvimento.


Sala de Barricas e Equipamentos de separação e Desengace das Uvas

Cubas de Fermentação e Vinhedos de Trinidad

Uma curiosidade foi a foto abaixo, que mostra duas garrafas de Sauvignon Blanc deixadas ao sol, com o objetivo de estudar melhor os efeitos que a cor do vidro terão sobre o vinho e seu desenvolvimento. Conforme Felipe nos explicou, os mercados em geral pedem por vinhos brancos em garrafas transparentes, mas os resultados para o produto e sua conservação não costuma ser os melhores nesta situação... Mas como toda empresa precisa de lucro para sobreviver...



Após a visita degustamos uma série de vinhos, cujo os quais terão suas notas apresentadas em um próximo post, e seguimos para um almoço em meio aos vinhedos (nessas horas que eu odeio minha profissão...), com churrasco, saladas, choclos, e para a sobremesa chirimoias. Abaixo uma foto do terrível cenário onde ocorreu este almoço.



Com a hora já adiantada, seguimos para o Hotel em Santa Cruz, no vale do Colchagua, um belo hotel em estilo colonial, muito bem estruturado, (conta inclusive com cassino), que infelizmente sofreu sérios danos com o último terremoto. Nos acomodamos, jantamos, e no dia seguinte demos sequência a visita.
No dia seguinte, pela manhã, fomos ao Fundo Patacón, alguns dos vinhedos mais novos da Ventisquero, na região de Maipo Costa, mais próxima ao mar, e quase na "divisa" com o Vale de Colchagua. Os vinhedos de Patacón foram adquiridos, a princípio, para a produção de alguns dos vinhos mais simples da Ventisquero, o que pode ser verificado pelas parreiras conduzidas em 'latada' bem na entrada do Fundo. Porém, a qualidade do solo, e a brisa fresca que sopra continuamente do Pacífico mostraram que existe potencial para que, em breve, a Ventisquero possa produzir vinhos de alta classe a partir destes vinhedos. As fotos abaixo mostram um pouco destes vinhedos, e a última mostra o terraço onde degustamos alguns dos vinho ali produzidos. Destaque especial para uma amostra de barrica de um Merlot 2009, complexo, profundo e equilibrado, que faz parte do blend da linha Reserva, mas que em alguns anos, conforme os vinhedos envelheçam, deve passar a integrar o blend da linha de vinhos premium Grey.
Vinhedos de Carmenére em Patacón e Corte do Solo de uma videira de Merlot
Vista geral dos vinhedos de Patacón e Terraço para Degustação

Após um agradável almoço em um pequeno restaurante de culinária típica peruana, e um descanso de duas horas, nas quais dei um pulinho ao supermercado local em busca de chirimoias e Pisco (R$ 12,00 o Reserva), fomos conhecer os vinhedos da Ventisquero em Apalta, dos quais são produzidos seu vinho ícone, o Pangea, 100% Syrah. Antes de degustar o vinho principal, provamos amostras de barrica de quatro parcelas diferentes do vinhedo, todas syrah, todas dali de Apalta, e todas absolutamente diferentes umas das outras, o que nos permitiu verificar na prática o conceito de microterroirs. O Pangea em si é um Syrah profundo, complexo, cheio de nuances, e com bom potencial de guarda. Um vinho que vale a pena provar. Abaixo as fotos de Apalta, e do terraço onde degustamos e jantamos.


Foi uma visita proveitosa e instrutiva, que sem dúvida permitiu um contato mais próximo com a industria vinícola, e a verificação, na prática, de muitos conceitos que em nosso dia-a-dia estão restritos aos livros e fichas técnicas.
Espero que tenham gostado deste breve relato. No próximo post, as notas dos vinhos degustados na Ventisquero.
Abraço e até lá.

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