sábado, 5 de junho de 2010

O Retorno! Com Viña Ventisquero!

Enfim, depois de um longo e tenebroso inverno, eis que consigo, finalmente, voltar a atualizar este blog! Aleluia!! E, conforme prometido, vou contar aqui um pouco de minha visita a Viña Ventisquero em novembro.

Fachada da Ventisquero
A visita ocorreu mediante um convite da Cantu, importadora responsável pela distribuição dos vinhos da Ventisquero no Brasil, e tinha, por parte da Ventisquero, o objetivo de apresentar melhor a proposta de trabalho da vinícola, sua cuidadosa pesquisa de microterroirs, e uma série de produtos presentes no mercado nacional.
Fundada em 1998, a Ventisquero é fruto dos investimentos do empresário Gonzalo Vidal, que já atua há algum tempo no ramo de exportação, e teve, desde o princípio, o objetivo de produzir vinhos de vanguarda, acessíveis aos mais variados mercados mundiais. Com vinhedos em Maipo, Casablanca, Colchagua, a Ventisquero produz vinhos em três linha principais, Yali, Ramirana e Ventisquero, e conta com a direção enológica de Felipe Tosso, e a consultoria do enólogo australiano John Duval, que auxilia na produção dos dois vinhos principais da vinícola, Pangea e Heru.
Após um voo tranquilo e uma noite de descanso no Hotel Holiday Inn, no aeroporto de Santiago, pegamos a estrada rumo ao Fundo Trinidad, onde ficam a maior parte dos vinhedos e a Bodega da Ventisquero. Numa visita conduzida pelo próprio Felipe Tosso, pudemos conhecer as instalações da bodega (que vocês podem ver nas fotos abaixo) e observar a preocupação com pesquisa e desenvolvimento.


Sala de Barricas e Equipamentos de separação e Desengace das Uvas

Cubas de Fermentação e Vinhedos de Trinidad

Uma curiosidade foi a foto abaixo, que mostra duas garrafas de Sauvignon Blanc deixadas ao sol, com o objetivo de estudar melhor os efeitos que a cor do vidro terão sobre o vinho e seu desenvolvimento. Conforme Felipe nos explicou, os mercados em geral pedem por vinhos brancos em garrafas transparentes, mas os resultados para o produto e sua conservação não costuma ser os melhores nesta situação... Mas como toda empresa precisa de lucro para sobreviver...



Após a visita degustamos uma série de vinhos, cujo os quais terão suas notas apresentadas em um próximo post, e seguimos para um almoço em meio aos vinhedos (nessas horas que eu odeio minha profissão...), com churrasco, saladas, choclos, e para a sobremesa chirimoias. Abaixo uma foto do terrível cenário onde ocorreu este almoço.



Com a hora já adiantada, seguimos para o Hotel em Santa Cruz, no vale do Colchagua, um belo hotel em estilo colonial, muito bem estruturado, (conta inclusive com cassino), que infelizmente sofreu sérios danos com o último terremoto. Nos acomodamos, jantamos, e no dia seguinte demos sequência a visita.
No dia seguinte, pela manhã, fomos ao Fundo Patacón, alguns dos vinhedos mais novos da Ventisquero, na região de Maipo Costa, mais próxima ao mar, e quase na "divisa" com o Vale de Colchagua. Os vinhedos de Patacón foram adquiridos, a princípio, para a produção de alguns dos vinhos mais simples da Ventisquero, o que pode ser verificado pelas parreiras conduzidas em 'latada' bem na entrada do Fundo. Porém, a qualidade do solo, e a brisa fresca que sopra continuamente do Pacífico mostraram que existe potencial para que, em breve, a Ventisquero possa produzir vinhos de alta classe a partir destes vinhedos. As fotos abaixo mostram um pouco destes vinhedos, e a última mostra o terraço onde degustamos alguns dos vinho ali produzidos. Destaque especial para uma amostra de barrica de um Merlot 2009, complexo, profundo e equilibrado, que faz parte do blend da linha Reserva, mas que em alguns anos, conforme os vinhedos envelheçam, deve passar a integrar o blend da linha de vinhos premium Grey.
Vinhedos de Carmenére em Patacón e Corte do Solo de uma videira de Merlot
Vista geral dos vinhedos de Patacón e Terraço para Degustação

Após um agradável almoço em um pequeno restaurante de culinária típica peruana, e um descanso de duas horas, nas quais dei um pulinho ao supermercado local em busca de chirimoias e Pisco (R$ 12,00 o Reserva), fomos conhecer os vinhedos da Ventisquero em Apalta, dos quais são produzidos seu vinho ícone, o Pangea, 100% Syrah. Antes de degustar o vinho principal, provamos amostras de barrica de quatro parcelas diferentes do vinhedo, todas syrah, todas dali de Apalta, e todas absolutamente diferentes umas das outras, o que nos permitiu verificar na prática o conceito de microterroirs. O Pangea em si é um Syrah profundo, complexo, cheio de nuances, e com bom potencial de guarda. Um vinho que vale a pena provar. Abaixo as fotos de Apalta, e do terraço onde degustamos e jantamos.


Foi uma visita proveitosa e instrutiva, que sem dúvida permitiu um contato mais próximo com a industria vinícola, e a verificação, na prática, de muitos conceitos que em nosso dia-a-dia estão restritos aos livros e fichas técnicas.
Espero que tenham gostado deste breve relato. No próximo post, as notas dos vinhos degustados na Ventisquero.
Abraço e até lá.

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