sábado, 30 de outubro de 2010

Degustação - Corton-Charlemagne Louis Jadot 2005


Mais uma vez, França, mas agora na Bourgogne, terra onde reinam a Chardonnay e a Pinot Noir.
Corton-Charlemagne é um dos Grand-Crus da Bourgogne, localizado na Côte de Beaune, e partilhado pelas vilas de Aloxe-Corton e Pernand-Vergelesses. É o único Grand-Cru branco que, nas grandes safras, chega a rivalizar com o outra grande nome dos brancos da Bourgogne, Montrachet. Uma curiosidade é que em alguns dos vinhedos Grand-Cru da região são também produzidos vinhos tintos, geralmente cultivados nas encostas mais baixas.
Este 2005 da Maison Louis Jadot, em especial, apresentava uma cristalina coloração amarelo-palha, com reflexos dourados. Marcados aromas minerais e de frutos e flores brancas. Notas cítricas e de baunilha, provenientes dos 18 meses em carvalho, além de especiarias como canela e cravo. Em boca, marcada acidez, balanceada por uma textura cremosa, notas lácteas e florais, e uma estrutura que ainda permite uma longa guarda. Um vinho que confirma e valoriza o secular trabalho dos monges que demarcaram toda a Bourgogne com seus Grand e Premier-Crus.
Os vinhos da Maison-Louis Jadot são importados pela Mistral.
5D
Dúvidas sobre meus sistema de pontuação? Leia o post "Degustações e Pontuações".
Abraços e até a próxima.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Degustação - Lafite-Rothschild 1999


Para encerrar este giro por Bordeaux, o primeiro Premier Cru Classé deste blog.

Trata-se de um vinho especial, que tive a oportunidade de degustar por intermédio de um cliente do Olivetto, que guardava esta garrafa para uma ocasião especial, e decidiu abri-la em seu aniversário de casamento.

Lafite-Rothschild, com certeza, é uma propriedade que dispensa maiores apresentações, tratando-se, reconhecidamente, de um dos melhores e mais procurados entre os grandes nomes do mundo do vinho. Um vinho carregado de história e que para muitos, em suas grandes safras, justifica os preços exorbitantes pagos por suas garrafas (só para esclarecer, eu não sou um destes...).

Este 1999 em especial, apresentava uma bela coloração rubi, compacta, demonstrando os anos ainda porvir. No nariz, notas terciárias delicadas, mas marcadas, com húmus e frutas secas, acompanhados de frutas vermelhas e negras maduras, entremeadas por notas especiadas. Na boca, elegância e potência, com uma boa estrutura e uma bela acidez, além de taninos bem presentes, prenunciando os anos de guarda que foram negados a esta garrafa em especial. Restou a boa lembrança de um momento especial, muito mais longa que os vários minutos de permanência do vinho em boca, um belo vinho, diga-se de passagem.

5D

Dúvidas sobre meu sistema de pontuação? Leia o post "Degustações e Pontuações".

Grande abraço e até a próxima.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Degustação - Château Kirwan


Conforme prometido, segue a degustação dos vinhos desta propriedade. O Château Kirwan fica localizado na comuna de Margaux, e é, em minha modesta opinião, o Bordeaux menos Bordeaux que eu já provei, tratando-se de um vinho com mais corpo e estrutura, além de uma fruta em geral bem mais madura que seus conterrâneos. Mas vejam bem, isso não significa, de modo algum, que não é um bom vinho; pelo contrário, os vinhos são muito bons, complexos, longos e instigantes, apenas não representam, sempre em minha opinião, a autenticidade do terroir bordalês. Mas, demais análises e polêmicas a parte, vamos aos vinhos.

1 - Les Charmes de Kirwan 2006
Segundo vinho do Château, já com boa maciez, mas ainda assim elegante. Muito agradável.
4D

2 - Château Kirwan 2006
Intenso e complexo, fruta bem madura, quase compota, notas de especiarias e tostado, com uma boca equilibrada, apresentando taninos finos e abundantes.
4D

Dúvidas sobre meu sistema de pontuação? Leia o post "Degustações e Pontuações".
Até a próxima, com um vinho muito especial...

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Degustação - Château Branaire-Ducru


Seguindo com nossa série de degustações de Châteaux Bordalêses, chegamos agora a penúltima etapa, com o Château Branaire-Ducru. Tradicional Château de Bordeaux, pertencente a família Branaire desde 1680, e classificado em 1855 como um 4ème Cru.

1 - Du Luc de Branaire-Ducru 2006
Segundo vinho do Château, feito a partir de parreiras mais jovens, apresenta notas de frutas maduras, negras e vermelhas, baunilha e tostado das barricas. Mácie e de médio corpo, com muitos e finos taninos, só carece de um pouquinho de acidez.
4D

2 - Château Branaire-Ducru 2005
Sensivelmente jovem, fechado, dando conta de que será, por certo, um grande vinho, mas precisa, definitivamente, de mais alguns anos em garrafa.
4D

Dúvidas sobre meu sistema de pontuação? Leia o posto "Degustações e Pontuações">
Abraço e até a próxima, com Château Kirwan.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Degustação Châteaux Lynch-Bages e Ormes-de-Pez


Como é comum em muitas das grandes propriedades de Bordeaux, a história de Lynch-Bages é longa, cheia de aquisições, vendas e divisões de propriedades, mas basta mencionar que as primeiras referências a esta propriedade data do século XVI, enquanto que a adoção do nome atual data do século XVIII. Fica a dica para aqueles que quiserem conhecer um pouco melhor a história do Château do site do mesmo, http://www.lynchbages.com/, que traz informações bem detalhadas.
A família Cazes, proprietária do Château, possui tambémm outras propriedades vinícolas pela França, sendo uma delas o Château Ormes-de-Pez, em Saint Estèphe, que também tivemos a oportunidade de degustar. Ormes-de-Pez é um Cru Bourgeois, classificação criada por um grupo de châteaux que ficaram de fora da classificação de 1855. Por uma iniciativa deste mesmo grupo, no início da década foi feita uma alteração na classificação, dividindo os vinhos em três níveis de qualidade, os Crus Bourgeois Exceptionnels, Crus Bourgeois Supérieurs e Crus Bourgeois. Ormes-de-Pez foi classificado no nível mais elevado, os Exceptionnels, juntamente com outras 9 propriedades, mas alguns proprietários descontentes com uma classificação mais baixa para seus vinhos conseguiram a anulação da nova classificação na justiça.
Já Lynch-Bages, classificado em 1855 como um 5ème Cru, é reconhecido como a maior injustiça da classificação de 1855, pois os predicados deste grande vinho permitiriam que ele estivesse tranquilamente entre os 2èmes Crus. Por ocasião da revisão da Classificação que se deu nos anos 70, por meio da qual Mouton-Rothschild tornou-se um Premier Cru, havia a expectativa de que Lynch-Bages também tivesse sua classificação revisada, mas, após a revisão dos Premiers Crus, e uma súbita perda de interesse por parte do Baron de Rothschild de continuar seu lobby por está revisão, todos os demais vinhos permaneceram onde estavam. Aqueles que tiverem a oportunidade de provar este grande vinho poderão, assim como eu, tirar suas próprias conclusões a respeito do assunto.
Seguem as notas de degustação:

1 - Château Ormes -de-Pez 2006
Compota e baunilha, tabaco, macio e longo, bem equilibrado, com algum potencial de guarda.
4D

2 - Château Haut-Bages Averous 2003
Segundo vinho de Lynch-Bages, criadop em 1976, e que a partir da safra 2008 mudará seu nome para Echo de Lynch-Bages (puro marketing...). Mas, independente do nome, é um belo vinho, com aromas marcados de framboesas e morangos, baunilha e tostado, mineral, com taninos muito finos e um longo final.
4D

3 - Château Lynch-Bages 2005
Um vinho grandioso, de uma safra grandiosa! Emocionante, complexo e intenso, com grande frescor. Domina a boca, levando a uma sucessão de sabores e sensações que deixa dois sentimentos claros, a certeza de que estamos diante de um vinho próximo a perfeição, e o desejo de repetir a experiência.
6D

Dúvidas sobre meu sistema de pontuação? Leia o post "Degustações e Pontuações".
No próximo post, Lagrange. Abraços e até lá.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Degustação Château Phélan-Ségur


Tradicional propridade de Saint-Estèphe, constituída pelo imigrante irlandês Bernard Phelan, que adquiriu, em 1805, o Clos de Garamey, e em 1810 o domaine Ségur de Cabanac, criando assim a propriedade tal como ela é até os dias de hoje. O segundo vinhos, Frank Phélan, foi adicionado ao portfólio apenas em 1986, em homenagem ao filho de Bernard, o fundador, e que foi o principal responsável pelo crescimento da empresa em seus primeiros anos.

1 - Frank Phélan 2006
Muita fruta, notas de tostado e chocolate, elegância, raça e estrutura, em um vinho equilibrado e complexo, com excelente relação preço/prazer.
5D

2 - Phélan-Ségur 2005
Um vinho que emociona, complexo, instigante, em boca, macio, bem estruturado, elegante e potente. O que um grande Bordeaux pode oferecer.
5D

Dúvidas sobre meus sistema de pontuação? Leia o post "Degustações e Pontuações".
A seguir, Lynch-Bages. Abraços e até lá.

sábado, 9 de outubro de 2010

Degustação Léoville e Langoa-Barton


Dois grandes Châteaux de Bordeaux, pertencentes a uma única família. Foi Hugh Barton que, em 1821, adquiriu o Château Langoa-Barton, e em 1826 adquiriu uma parte da propriedade Léoville, constituindo, assim, o Château Léoville-Barton. Ambas as propriedades foram classificadas em 1855, sendo o Château Langoa-Barton um 3ème Cru e o Château Léoville-Barton um 2ème Cru. Foram três os vinhos apresentados, La Reserve de Léoville Barton (segundo vinho), e os dois vinhos principais.

1 - La Reserve de Léoville-Barton 2007
Fruta bem madura, quase geléia, taninos finos e abundantes, equilibrado e com média persistência.
3D

2 - Château Langoa-Barton 2004
Fruta bem presente, especiarias, em boca fresco e frutado, agradável e elegante.
4D

3 - Château Léoville-Barton 2006
Notas balsâmicas, fruta madura negra, complexo, intenso em boca, fino, elegante e longo. Muito equilibrado.
5D

Dúvidas sobre meu sistema de classificação? Leia o post "Degustações e Pontuações".
No próximo post, Château Phélan-Ségur. Até lá e abraço a todos.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Degustação - Cos d'Estournel


Dentre as várias oportunidades que nós sommeliers temos de participar de feiras e degustações, poucas são aquelas em que temos a oportunidade de provar vinhos realmente diferenciados. A degustação da qual participei mês passado, a convite da Mistral Importadora, foi uma destas ocasiões.
Por iniciativa da Mistral, foram reunidos nove grandes Châteaux de Bordeaux, representados por seus proprietários ou enólogos, que apresentaram ao público brasileiro suas jóias. E nada de vinhos encalhados de safras pouco procuradas! A grande maioria apresentou os vinhos da elogiada e disputada safra de 2005.
Ao longo dos próximos posts comentarei por aqui minhas impressões sobre os vinhos degustados, acrescentando alguma informações pertinentes sobre os produtores.
Para começar, Château Cos d'Estournel, que compareceu com quase todos os seus produtos, menos o Château Marbuzet.
Os vinhedos de Cos d'Estournel ficam em Saint-Estèphe, mas produz também em Médoc os vinhos mais modernos da linha Goulée, e no norte de Médoc o Cos d'Estournel Blanc (criado em 2005) e o Goulée Blanc. Cos d'Estornel foi criado em 1811, por Louis Gaspard d'Estournel, que herdou a propriedade de Cos e soube reconhecer suas qualidades diferenciadas, passando então a vinificar as uvas ali colhidas em separado. Dois anos após a morte de seu fundados, em 1853, Cos d'Estournel foi classificado como Deuxiéme Cru Classé, na até hoje respeitada Classificação de Bordeaux de 1855, sendo aí o vinho de Saint-Estèphe melhor classificado. Para muitos, Cos d'Estournel rivaliza com os cinco Premier Cru Classé, tanto em qualidade quanto em preço, ficando assim numa categoria informal à parte, os "Super-Deuxiémes".
Os vinhos degustados foram:

1 - Goulée Blanc 2005
80% Sauvignon Blanc e 20% Sémillon, cítrico, com uma discreta nota vegetal, vivo, médios corpo e persistência, complexo.
3D

2 - Cos d'Estournel Blanc 2007
Com o mesmo corte do Goulée Blanc e passagem por barricas de segundo uso, o vinhedo de brancas mais ao norte de Bordeaux oferece um vinho com um frutado mais intenso que o Goulée, leve toque mineral e média persistência.
3D

3 - Goulée Rouge 2004
80% Cabernet Sauvignon e 20% Merlot, com 14 meses em barricas, 50% de 1° uso, um vinho com frutas maduras, um leve toque tostado e especiado e taninos macios, agradáveis. Não é tão impressionante, mas foi a primeira safra deste vinho, logo ainda não tinham encontrado o ajuste fino.
3D

4 - Les Pagodes de Cos 2001
O segundo vinho do Château, de um bom ano, com 55% Cabernet Sauvignon e 45% Merlot. Uma curiosidade sobre este vinho e que ele e o Cos d'Estournel são um só vinho, produzidos da mesma forma, sendo separados barrica por barrica após sua maturação. Notas defumadas e tostadas, fruta madura e elegante, com taninos finos e longa persistência, sem dúvida um grande vinho.
4D

5 - Cos d'Estournel 2001
Um grande vinho, ainda com muitos anos pela frente. Coloração profunda, notas de frutas maduras, defumado, tabaco, especiarias e baunilha. Na boca, fino e ao mesmo tempo potente, com abundantes e maduros taninos, e um longo e agradável final de boca. Informações do Château dão conta de que os vinhos da safra de 1870 ainda estão em grande forma, mas eu não conseguiria esperar 140 anos para provar um vinhos como este!
5D

No próximo post tem mais Bordeaux.
Dúvidas sobre meu sistema de pontuação? Leia o post "Degustações e Pontuações".
Abraço e até a próxima.

sábado, 2 de outubro de 2010

A Quem Possa Interessar...


Este espaço com certeza não foi criado pensando em discussões sobre política, mas, a quem possa interessar, amanhã eu voto 45, do primeiro ao último candidato, pela volta a democracia.

Encerrados os assuntos alheios a este blog, no próximo post voltamos a falar sobre vinhos.

Abraço a todos e boa votação.

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