segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Um Pouco Sobre a Austrália


Olá, estou de volta, e com um pequeno artigo sobre a Austrália,publicado na edição nº 20 da revista Psiquê, daqui da região:

“Austrália, o país do vinho!” A frase pode parecer um pouco exagerada, mas não está tão longe da realidade. Pode parecer um pouco estranho para nós brasileiros, afinal os vinhos australianos não são assim tão comuns em nossas prateleiras, representando menos de 10% das importações anuais do Brasil, mas trata-se do 6° maior produtor mundial, e um dos principais exportadores para importantes mercados consumidores, tais como o Reino Unido, os Estados Unidos e a China. Com uma indústria vinícola relativamente jovem (as primeiras videiras foram plantadas em 1788, enquanto no Brasil chegaram em 1532), o crescimento rápido foi a tônica dos últimos anos, alcançando em 2003 a meta de AU$ 4,5 Bilhões em vendas que havia sido traçada para 2025, demonstrando, assim, grande organização, bem como capacidade de ir ao encontro dos desejos do público, com vinhos em geral confiáveis, frutados e fáceis de tomar, 75% deles produzidos por vinícolas pertencentes a apenas cinco grupos.

Outro ponto importante é a inovação, afinal estamos falando do mais moderno parque industrial vitivinícola no mundo, com tecnologia de ponta, mão de obra altamente especializada, e alguns dos principais centros de formação de enólogos, além, é claro, do constante espírito de inovação, que leva, por exemplo, ao amplo uso das tampas de rosca, ou screwcaps, em seus vinhos. Quanto à (grande) polêmica sobre o uso da cortiça ou não, este é um assunto que, se vocês não se incomodarem, vou deixar para outra ocasião, ok?

E por último, mas não menos importante, temos a Shiraz, de longe a casta mais plantada na Austrália, e que trouxe fama aos vinhos daquele país. Original do sul da França, onde recebe o nome de Syrah, esta casta encontrou nos ensolarados campos australianos o terroir ideal para a produção de vinhos amplos, ricos em frutas maduras, e com um distinto toque de especiarias. Onipresente em todo o território, os Shiraz australianos podem apresentar os mais variados estilos, mas em geral são vinhos que se dão muito bem com carnes grelhadas e com pouca gordura, como o tradicional churrasco de canguru australiano (não, não é brincadeira...), ou ainda com molhos com um toque de pimenta e/ou noz moscada, como o Prime Rib ao Poivre que servimos aqui no Olivetto.
É possível encontrar no marcado brasileiro um grande volume de vinhos corretos, porém padronizados, mas existe por outro lado uma ampla oferta de pequenos produtores, focados em vinhos de alta gama, bem como na identificação e divulgação dos diversos terroirs daquele país, e muitos destes produtos estão disponíveis aqui, entre os quais destaco Penfolds e Glaetzer, do Barossa Valley, Jim Barry, do Clare Valley e Coonawarra, e a Mitolo, do McLaren Valley. E obviamente outras castas como a Chardonnay e a Semillon para os brancos, e a Cabernet Sauvignon, em especial de Connawarra, para os tintos Além destes, muitos são os vinhos australianos que valem, ao menos, a prova, pois pode ter-se a certeza de que as chances de acerto são amplamente maiores que as de erro.

O artigo é conciso, mas espero que tenham gostado.
Grande abraço e até a próxima.

Um comentário:

  1. ola diego,
    sempre fui enófila,e estou sendo enóloga..pretendo ser sommelier futuramente. Existe um sommelier que é especializado em espumantes e champagne?

    rafaeladecurvelo@hotmail.com

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