Vinhedos da costa da Dalmácia, Croácia, com a uva local Dingac |
"Os Tradicionais Vinhos Europeus (do leste)
Nestas páginas você já leram artigos sobre Espanha, França,
Portugal, Itália, e até sobre a Hungria, mas nesta edição, minha proposta e ir
um pouco mais a fundo na vitivinicultura dos países que, até o princípio dos
anos 90, estavam do outro lado da cortina de ferro.
Estamos falando aqui de países como a própria Hungria, mas
também Polônia, Romênia, República Tcheca, Eslováquia, Eslovênia, Croácia,
Sérvia, Albânia, entre outros tantos. Uma característica partilhada por todas
estas nações, além dos nomes de uvas e regiões quase impronunciáveis, é a
marcada influência que o período comunista teve sobre seus vinhedos e os vinhos
ali produzidos. Após a Segunda Guerra Mundial, o comunismo fez com que países
que tinham uma rica e antiga história na produção de vinhos, vissem do dia para
a noite todos os seus vinhedos e vinícolas passarem ao controle estatal.
Visando atender a demanda interna do bloco comunista,
passou-se a focar a quantidade em detrimento da qualidade, com vastas áreas de
plantação em terrenos planos e férteis, aptos a mecanização. Cultivos
tradicionais foram abandonados, ou, na melhor das hipóteses, relegados a um
segundo plano, e tiveram que aguardar por décadas pelos primeiros sopros de
renovação.
Com o fim do bloco comunista, no final dos anos 80 e
princípio dos anos 90, lentamente começaram a surgir sinais de recuperação. Aos
poucos, com os vinhedos e vinícolas voltando às mãos de proprietários privados,
foi possível chamar a atenção de outros países, e buscar recursos externos para
a modernização e reestruturação dos vinhedos. Num segundo momento, o ingresso
de alguns destes países na União Europeia acelerou este processo, abrindo ainda
novos mercados para os vinhos ali produzidos.
Falando um pouco sobre alguns destes países, vamos começar
por aqueles que já estão presentes no mercado brasileiro. Inicialmente temos a
Hungria, com vários rótulos em nosso mercado, e talvez a mais dinâmica nação do
leste europeu em termos de atuação nos mercados externos. Isso se deve, em
parte, a grande fama de seu principal produto, os vinhos doces da região de
Tokaj-Hegyalja. Ainda antes do fim do comunismo a região já atraía
investimentos estrangeiros, em função principalmente da fama que estes vinhos
tinham na Europa. Porém, hoje podemos encontrar produtos de outras regiões e
estilos, como por exemplo os ótimos tintos da região de Villany, no sul do
país, de castas como a Cabernet Franc, Kékfrankos, Portugueiser, entre outras,
além de alguns exemplares secos da própria região de Tokaj.
Encontramos também em nosso mercado alguns vinhos da Croácia
e da Eslovênia. Esta, com maior participação de castas conhecidas fora de suas
fronteiras, como a Pinot Noir e a Robola (Ribola Gialla, na Itália), enquanto
que aquela nos apresenta sobretudo castas autóctones, ou seja, castas próprias
daquele país, como a tinta Plavac Mali e a branca Posip, ambas da região de
Peljesac.
Aliás, outra característica importante, já mencionada acima,
é a nomenclatura das uvas e regiões, que nos brindam com nomes como Crljenak Kaštelanski,
uva tinta croata, mais conhecida como Primitivo, ou Krk, pequena ilha produtora
de vinhos no litoral croata, só para citar dois exemplos. Caso você esteja
tentando pronunciar estes nomes, desista, sem conhecer o idioma não dá!
Alguns países em especial, como a Bulgária e a Romênia, já
dispõem de um volume mais expressivo de vinhos de alta qualidade, e tem se
feito presentes em diversos mercados externos. Deve ser só uma questão de tempo
até que encontremos em nossas prateleiras uvas como Melnik e Mavrud, da
Bulgária, ou regiões como Cotnari e Dealul Mare, da Romênia. Outros, como a
Eslováquia, a República Tcheca, ou aqueles que compunham a antiga Iugoslávia,
ainda tem um caminho a percorrer, mas não se surpreende se, em breve, suas
garrafas de vinho tiverem muito mais consoantes nos rótulos!"
Grande abraço e até a próxima!
Olá, Me chamo Douglas, estive recentemente no ultimo mes de setembro na Bulgaria, pais natal da minha mulher, corri boa parte do pais, Sofia, Varna Nesseber,etc, vi imensas plantaçoes de vinhedos, na sua maioria abandonada, resultado da antiga administraçao comunista, se nota que o pais quer erguer e existe alguns incentivo do governo e da propia Comunidade Europeia o que deverá levar seu tempo. Degustei varios vinhos Bulgaros,na sua maioria brancos, como vivo em Espanha notei uma grande diferença, no entanto creio que com o tempo a bulgaria produzirá exelentes vinhos, uma vez que só dempenderá da dedicaçao, seleçao e o cuidado que os vinhedo tanto necessitam, em breve ouviremos boas noticias desses paises.
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