quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

"Você Conhece a Zweigelt?" na Classe A Magazine

Olá! Desculpem o longo e tenebroso inverno desde minha última atualização deste blog, mas os últimos meses tem sido de intensos estudos, visando so cconcursos de Sommeliers já disputados, e o Mundial ainda por vir!
Mesmo agora, faço uma atualização meio preguiçosa, compartilhando com vocês um texto que publiquei na edição nº 17 da Classe A Magazine, daqui de Campinas e região. Espero que gostem!
Grande abraço e até a próxima!

"Você conhece a Zweigelt?

Primeiramente, se você por acaso acompanha meu blog, o profissaosommelier.com, já deve ter visto por lá um post com este mesmo título. Mas este não é o mesmo texto, “copiei” de mim mesmo apenas o título, adequado ao tema aqui escolhido.

Nosso tema hoje são uvas, ou como nos referimos a elas no mundo do vinho, castas. Mas não quaisquer castas, e sim aquelas menos comuns, muitas vezes absolutamente desconhecidas do grande público, e que apresentam, comumente, os mais surpreendentes resultados.

Cabernet Sauvignon, Merlot, Malbec, Chardonnay, Sauvignon Blanc, Syrah e Pinot Noir são castas que produzem ótimos vinhos, na verdade, alguns dos melhores e mais caros do mundo! Porém, o que seria do amarelo se todos gostassem do vermelho?

Em um mercado cada vez mais padronizado, com produtores em busca de vendas fáceis, e apresentando vinhos dentro de um perfil dito “internacional”, a saber, vinhos de bom corpo, macios, frutados, e com uma sensível dose de madeira, é um mais do que bem vindo refresco quando encontramos nas prateleiras rótulos que ostentam nomes como Carignan, Mourvédre, Teroldego, Zweigelt, Bastardo, Caladoc, Vermentino, Plavac Mali, e etc. etc. etc...

Aqui, temos dois tipos diferentes de vinhos feitos com estas, e muitas outras, castas; aqueles feitos por enólogos criativos e ousados, dispostos a experimentar novos sabores em novos terroirs, e aqueles tradicionais, de regiões e/ou países pouco conhecidos nos mercados internacionais.

No primeiro grupo, encontramos principalmente vinhos do novo mundo, Chile, Argentina, Austrália, África do Sul, Nova Zelândia, Estados Unidos, Brasil e Cia., embora haja também curiosas experiências em nações mais tradicionais, como Portugal, Itália e Espanha. Estes são em geral vinhos de boa qualidade, modernos, e que buscam exprimir a tipicidade destas pouco usuais castas em terroirs específicos. São em geral bons vinhos, e que valem muito a pena pela oportunidade de provar diferentes expressões de países produtores já conhecidos.

Porém, é no segundo grupo que encontramos as opções mais curiosas e instigantes! Afinal, falamos aqui de castas cuja origem, estilo e cultivo estão intimamente ligados às suas respectivas regiões, vinhos autênticos, típicos, de personalidade. Delícias como as supracitadas Zweigelt (Áustria), Bastardo (Douro, Portugal), Vermentino (Sardegna, Itália) e Plavac Mali (Croácia), ou ainda Poulsard, Trousseau e Savagnin (Jura, França), Encruzado, Antão Vaz e Ramisco (Portugal), Mencía e Bobal (Espanha), Aglianico e Piedirosso (Itália), Agiorgitiko e Assyrtico (Grécia), Humagne Rouge e Petite Arvine (Suíça), e tantas outras, que não seria possível mencionar em dez artigos. Muitas destas castas perderam espaço nos vinhedos, por conta de questões comerciais, e de um público sempre em busca de nomes conhecidos nos rótulos. No entanto, com o crescimento do mercado consumidor, e, principalmente, com o aperfeiçoamento destes consumidores, o interesse pelo menos óbvio aumenta a cada dia. Regiões e vinícolas que antes atendiam apenas aos mercados internos, hoje se preocupam com exportações e a conquista de novos mercados; importadoras, antes focadas nos produtos mais conhecidos, reconhecem hoje a importância de contar com produtos particulares em seus catálogos.
Você, que assim como eu é, antes de qualquer coisa, um consumidor, valorize estes produtos, prove, deguste, divulgue, descubra. Todo novo vinho, todo novo sabor, toda nova casta é uma descoberta e um aprendizado. Encontrando um nome estranho e pouco usual nas prateleiras, compre sem medo, e partilhe esta experiência nova com seus amigos!  Nada contra o seu vinho do dia a dia, seja ele qual for, mas não está na hora de ampliar um pouco o repertório?"

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