quinta-feira, 14 de abril de 2011

Sesmarias 2008, o Ícone da Miolo


Tive a oportunidade de degustar este grande vinho recentemente.
Trata-se um projeto ousado da Miolo, que visa produzir um vinho brasileiro de classe internacional. O vinho é produzido a partir de dez castas, plantadas em parcelas dos vinhedos da Fortaleza do Seival, na Campanha Gaúcha. Após a vinificação em separado das dez, 100% em barricas, é feita a seleção das 6 castas que farão parte do corte final. O 2008 em especial é composto das castas Cabernet Sauvignon, Merlot, Petit Verdot, Tannat, Tempranillo e Touriga Nacional, em percentagens não informadas, e passa por um estágio de 18 meses em barricas, já após o corte.
Trata-se de um vinho de coloração rubi profunda, ainda com notas violáceas. O nariz é intenso, concentrado e complexo, com frutas negras maduras, especiarias, e um tostado bem evidente. Em boca, é um vinho potente e razoavelmente equilibrado, mas com os taninos discretamente rugosos. No fim de boca as notas tostadas e especiadas voltam com intensidade.
Um vinho que classifico como 4D.
Agora um aparte. Vejam bem, eu gostei do vinho e o avaliei bem, no entanto, em nenhum momento senti que se tratava de um grande vinho brasileiro, mas apenas de um grande vinho. Um trabalho maravilhoso, de uma equipe de enólogos dos mais competentes, liderados por ninguém menos que Michel Rolland, mas mesmo assim (ou talvez por conta disso), um vinho de cantina, produzido com uvas de grande qualidade e com as mais avançadas técnicas, mas que em nenhum momento demonstra ser um vinho de terroir. Repito, o vinho é muito bom, e provavelmente, em uma degustação as cegas, receberia notas elevadas de minha parte, mas, até o momento, continuo ansioso por descobrir o verdadeiro caráter do terroir nacional.

Dúvidas sobre meu sistema de pontuação? Leia o post "Degustações e Pontuações"
Grande abraço e até a próxima.

3 comentários:

  1. Falando em terroir nacional, o que você acha dos vinhos da Lídio Carraro?

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  2. Caro Samuel, obrigado pela "audiência"!
    Olha, não provei muitos vinhos da Lídio Carraro, mas gostei do Dádivas Chardonnay e do Singular Nebbiolo.
    Grande Abraço

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  3. Diego, terás uma resposta, talvez de terroir, ao menos, de originalidade em solo gaúcho: Atelier Tormentas e Vilmar Bettú. Um, clássico estilo borgonhês, outro, irreverente estilo Gravner. Analogias, obviamente.
    Grato
    Sylvio Reis, POA.
    megaflash@terra.com.br

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