sábado, 30 de abril de 2011

Uma Harmonização Inusitada: Vinho X Comida X Café





Em primeiro lugar, retomando o assunto do último post, a quem possa interessar, sim, eu ganhei o Portugal Wine Expert, e aproveito aqui para agradecer aos organizadores do concurso, às minhas duas oponentes da final, que por sinal se saíram muito bem, e a todos aqueles que de alguma forma me apoiaram e/ou torceram por mim. Agora, vem a viagem a Portugal, que por certo será muito proveitosa, e tem início uma nova fase de estudos e preparação para os concursos Paulista e Brasileiro de sommeliers.


Mas, de volta aos cafés, esta foi uma experiência muito especial. Fui convidado pela Revista Espresso, publicação especializada em cafés, e fazer parte de um time que produzirá a cada edição uma harmonização entre vinho, comida e café. A premissa, por si só, já parece estranha, afinal, aprendemos em qualquer curso básico de degustação que o café, devido as suas características marcantes de aroma e sabor, não é compatível com a adequada degustação de vinhos.


Além do mais, estamos acostumados a imaginar e posicionar o café ao fim das refeições, ou, no máximo, acompanhando a sobremesa, e não a mesa durante toda a refeição, acompanhando todos os pratos. Porém, o desafio me empolgou, e lá fui eu me encontrar com o restante do time para colocar em práticas as idéias que já havíamos discutido por e-mail.


A experiência teve lugar no ótimo Restaurante Friccò, na Vila Mariana, comandado pelo talentoso Chef Sauro Scarabota, um italiano da Úmbria que reproduz aqui os pratos de sua terra natal, com um toque de leveza e contemporaneidade, além de uma importante preocupação com a qualidade dos ingredientes. Já os cafés ficaram por conta do especialista Ensei Neto, consultor ligado a Specialty Coffe Association of America.


O café degustado e harmonizado foi o Chapadão de Ferro, produzido por Ruvaldo Delarisse, no cerrado mineiro, em solos de origem vulcânica a 1.200 msnm, o que resulta em um café complexo, de equilibrada acidez, e intensa mineralidade. Já o prato foi um Spaghetti do Norcino, com molho sugo, e uma linguiça artesanal feita pela próprio Chef Sauro, segundo a tradição da Úmbria, apenas com um pouco menos de sal e gordura. Para completar o trio, o vinho selecionado foi o Montefalco Rosso 2006, da Azienda Borgese, um corte de Sangiovese, Sagrantino e Merlot.


O vinho em especial, apresentava coloração rubi intenso, com discreto sinal de evolução, um nariz muito agradável, com fruta madura, cerejas, leve tostado e um toque de especiarias. Em boca, médio/encorpado, com boa acidez e taninos bem marcados, típicos da casta Sagrantino, com média/longa persistência.

Um vinho que classifico como 3D.


O resultado final, verificando e avaliando a interação entre comida e vinho, comida e café, e café e vinho, foi deveras interessante, mostrando para mim uma nova faceta no amplo universo da harmonização entre bebidas e comida. Mas, este é um resultado que vocês só poderão conferir na edição de junho da Espresso, ok. Mas depois da publicação dou mais alguns detalhes por aqui.


Não percam, então, a próxima edição da Espresso. Quem tiver interesse em conferir a edição de março, que está nas bancas, esta tráz uma materia sobre harmonização entre queijos e café. Bem legal!!
Dúvidas sobre meu sistema de pontuação? Leia o post "Degustações e Pontuações".


Grande abraço e até a próxima.

Um comentário:

  1. Excelente esta sugestao desta maravilhosa triade maravilhosa

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