quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Sinfonia de Brancos de Portugal

Ok, o título é meio poético, mas não é de minha autoria. A convite da Vinhos de Portugal apresentei no último dia 26 uma palestra e degustação com este tema, durante a Semana Mesa SP, organizada pela revista Prazeres da Mesa. Já escrevi bastante sobre Portugal aqui, até por conta de minha viagem para lá no meio do ano, mas, pelos vinhos que provei nesta apresentação, achei que valia a pena me repetir...

Nossa tendência, aqui no Brasil, é pensar em Portugal apenas por conta de seus tintos, além do Vinho do Porto. Porém, dentro do seu universo de quase 300 castas autóctones, as brancas desempenham um papel importante na vitivinicultura lusitana. De norte a sul produz-se bons brancos, dos mais variados estilos; alguns muito particulares, outros, de classe internacional. Nesta prova, pude averiguar, mais uma vez, por meio de um panorama por várias castas e regiões, a elevada qualidade média dos brancos de nossos patrícios, e minhas impressões sobre os vinhos degustados partilho agora com vocês.

1 – Quinta da Aveleda 2010 (Vinhos Verdes)
Já degustado e comentado aqui, por ocasião de minha visita à Aveleda. Um Vinho Verde “de manual”, com bom frescor, aromas cítricos, alguma mineralidade e boa persistência, obtido a partir de um corte de Alvarinho, Loureiro e Trajadura. Ótima pedida para o nosso verão, é importado pela Interfood, e custa cerca de R$ 37,00.

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2 – Quinta do Cruzeiro 2010 (Vinhos Verdes)

Aqui o corte já é de Loureiro, Arinto e Trajadura. Um pouco mais fresco e aromático, com um floral mais intenso. A vinícola é representada pela Tambuladeira, empresa que representa os interesses de várias pequenas vinícolas portuguesas no mercado brasileiro. Importado pela Gracciano, custa cerca de R$ 30,00.

3D

3 – Campolargo Arinto 2010 (Bairrada)

Um dos ótimos vinhos de Carlos Campolargo, este Arinto surpreende. Ótimo frescor, notas de frutas amarelas frescas, algo de cítricos e florais, entremeados por delicadas notas biscoitos, por canta de sua maturação sobre borras finas. Cremoso, preciso e persistente. Importado pela Mistral, custa cerca de R$ 100,00.

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4 – Monte de São Sebastião Branco 2010 (Douro)

Este corte de Rabigato, Códega do Larinho e Gouveio está entre os bons vinhos brancos do Douro, com estilo e elegância para o mercado internacional. Fresco, mineral, de média persistência, com um agradável retrogosto. É importado pela Vinhas do Douro, e custa cerca de R$ 64,00.

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5 – Maritávora Reserva 2009 (Douro)

Também representada pela Tambuladeira, a Maritávora fica localizada no Douro Superior, e conta com os serviços do enólogo Jorge Serôdio Borges. Elaborado com Códega do Larinho, Rabigato, Viosinho, e uma parcela de 20% de vinhas velhas, é um branco complexo, macio, que evidencia sua fermentação em barricas. Cítricos, ervas aromáticas, notas minerais e discreto tostado, com boa persistência. Importado pela Gracciano, custa cerca de R$ 125,00.

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6 – Baron de B Reserva 2009 (Alentejo)

Produzido pela Herdade da Calada, com a casta Antão Vaz, que em muitos pontos lembra a Chardonnay, como sua boa adaptação a climas quentes, e sua aptidão ao uso de madeira. Um branco de mais corpo, macio, com média acidez e notas de fruta madura. Bem agradável. Importado pela Adega dos Três, custa cerca de R$ 80,00
3D+

7 – Monte Cascas Malvasia Colares 2008 (Lisboa – Colares)

O vinho que mais me surpreendeu nesta prova. Produzido na região de Colares, dentro da grande Lisboa, com a casta Malvasia Fina. As videiras são plantadas em solo arenoso, sem nenhuma condução específica, ou seja, como um arbusto. A fermentação se dá em barricas, e segue um período de 11 meses de maturação sobre as borras, com battonage quinzenal. A coloração é um belo palha-dourado, no nariz, iodo, maçãs, notas oxidativas, amêndoas, lembrando um pouco um Jerez Fino. Em boca, tem bom corpo, excelente frescor, e uma marcada sapidez, quase salgado. Longo e equilibrado. É importado pela MS, com um preço de cerca de R$ 150,00

5D

8 – Venâncio da Costa Lima Moscatel de Setúbal (Península de Setúbal)

Equilibrado, com notas marcadas de doce de laranja e frutas cristalizadas. Doçura agradável e boa persistência. É importado pela Deu La DeuVinhos, e custa impressionantes R$ 27,00.

3D+

9 – Bacalhôa Moscatel de Setúbal 2004 (Península de Setúbal)

Mais complexo e elegante, com algo de flores, amêndoas e nozes, além de mel, frutas secas e cristalizadas. Excelente exemplar, representativo da qualidade elevada desta DOC. É importado pela Portuscale, mas infelizmente vou ficar devendo o preço ok?

4D

Para completar, só faltaram dois brancos muito particulares, dos quais eu gostaria de fazer uma pequena propaganda, o Porto Branco (sim, ele existe!) e o Madeira, principalmente aqueles feitos com as castas brancas, Sercial, Verdelho, Terrantez, Bual e Malvasia. São vinho únicos e deliciosos. Se você ainda não conhece, prove!

Dúvidas sobre meu sistema de pontuação? Leia o post “Degustações e Pontuações”.

Grande abraço e até a próxima.

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