sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Minho – Vinhos Verdes e Paisagens Idem



Após algumas horas de estrada, e alguns cochilos, chegamos a Peso da Régua, no coração do Douro, que seria nossa “base” no norte de Portugal. Falo um pouco mais de Peso da Régua quando chegarmos ao Douro ok? Hoje, o tema é o Minho e os Vinhos Verdes!



A típica e verdejante paisagem do Minho



O Minho é a região mais a noroeste de Portugal, tendo como limites geográficos o rio Douro ao sul, o rio Minho ao norte, ao Atlântico a oeste e a Serra do Marão ao leste. É, portanto, uma região com o clima fortemente influenciado pelo mar, e com índices pluviométricos relativamente altos (cerca de 1.200mm/ano); como resultado, a paisagem é em geral exuberante, com muito verde, daí, segundo alguns, a origem do nome de seu principal produto, o Vinho Verde.
Mas, a versão mais aceita é a de que o nome vem do fato de que os vinhos apresentam em geral uma acidez bem elevada, consequência de uma colheita ligeiramente precoce, a fim de evitar prejuízos com as chuvas em demasia. Particularmente, em me mantenho neutro na questão, e deixo você escolher a versão que mais lhe agrada...
A Região Demarcada dos Vinhos Verdes é, geograficamente, a maior do país, abrangendo praticamente todo o Minho, porém é a sexta em produção. O solo é formado, na sua ampla maioria, por formações graníticas, de baixa profundidade e consistência arenosa a franco-arenosa, além de uma natural acidez elevada, características estas que ajudam a diminuir naturalmente a produção. Esta informação pode surpreender um pouco, quando se verifica a alta produção por hectare obtida por muitos produtores, devido a intervenções no relevo e incorporação de matéria orgânica no solo.
Em função de diferenças culturais e de microclimas, a Região apresenta uma divisão em 9 sub-regiões, sendo estas: Amarante, Ave, Baião, Basto, Cávado, Lima, Monção e Melgaço, Paiva e Sousa. A mais reputada pela qualidade elevada de seus vinhos, produzidos principalmente a partir da casta Alvarinho, é Monção e Melgaço, região mais ao norte, próxima a fronteira com a Espanha. Os Alvarinhos ali produzidos em geral apresentam maior complexidade, elegância, estrutura, além de um marcado caráter mineral.
Falando em castas, além da Alvarinho, as principais brancas aqui são Loureiro, Trajadura, Azal, Avesso, Pedernã (Arinto) e Batoca, sendo a ampla maioria dos vinhos produzidos a partir de cortes. A Alvarinho, sendo a mais nobre e de mais difícil cultivo, costuma ser utilizada em cortes de vinhos de qualidade mais elevada, ou como varietal nos exemplares mais nobres da Região. Os Vinhos Verdes brancos são, em geral, leves, de baixo teor alcoólico, muito frescos, devido à elevada acidez, e discretamente frisantes, característica que só destaca seu frescor.
Já os tintos, são vinhos particulares, pois mesmo alguns exemplares de qualidade mais elevada são vinhos difíceis para os paladares menos acostumados. Daí por que a maior parte dos Vinhos Verdes tintos são consumidos internamente em Portugal. Já provei alguns e afirmo, a experiência é inesquecível, em função principalmente da alta acidez ali presente. As castas aqui são; Vinhão, Espadeiro, Borraçal, Alvarelhão, Rabo-de-Ovelha, entre outras.
Uma característica do Minho e o uso ainda muito disseminado de métodos de condução menos usuais, como as Uveiras, ou vinhas de Enforcado, método pelo qual 3 a 4 videiras são plantadas ao redor de uma árvore e crescem então livremente entrelaçadas ao seu tronco e galhos, os Arjões, no qual se utiliza as árvores ao redor da propriedade como suporte, por meio de cordões de arame, para o crescimento da videira, e as Ramadas, ou Latadas, estruturas horizontais, normalmente sobre caminhos de passagem ou outras culturas agrícolas. Todos estes sistemas têm como característica comum o aproveitamento de espaço, permitindo a sobreposição da cultura da vinha a outras culturas, situação muitas vezes necessária em áreas densamente povoadas como o é o Minho. Vale destacar que todos este métodos demandam escadas, dificuldades e riscos para a colheita, além de resultarem em uvas de baixa qualidade, enfim apenas curiosidades sobre a tradição.




Pela ordem, Enforcadeiras, Arjões e Latada

Para quem quiser conhecer mais a fundo esta região, inclusive dicas de turismo, recomendo o sita da CVR Vinhos Verdes. O site é bem completo e fácil de navegar. Ou ainda, você sempre tem a opção de pegar um avião e conhecer in loco, não é mesmo?
Espero que tenham gostado. No próximo post, Aveleda, maior produtor do Minho, e responsável por um dos vinhos mais vendidos no Brasil.
Grande abraço e até a próxima.


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