segunda-feira, 4 de julho de 2011

Mendoza: 26 Bodegas em 2 Dias


Mendoza by Night

Enfim, Mendoza. Capital da Província de mesmo nome, e centro da indústria vitivinícola argentina. Ao contrario do que muitos imaginam, Mendoza é uma cidade grande e moderna, muito agradável, e provida de uma boa infraestrutura. Chegamos ao hotel (hotel nº 4) quinta feira a noite, e após um breve jantar nos recolhemos, em preparação a intensa programação do dia seguinte.
Fomos na sexta ao Valle de Uco, região mais próxima aos Andes, e com vinhedos em maior altitude, e consequentemente, mais fria. Para começar, uma visita a Masi Tupungato. Para quem não sabe, a Masi é um dos maiores produtores italianos do Vêneto, e já há alguns anos investe na Argentina, focada na produção de cortes entre as castas tradicionais vênetas e argentinas, utilizando técnicas de apassimento. A visita foi conduzida pela simpática Collen Clayton, uma americana que representa vinícolas italianas e mora na Argentina, coisas da globalização. As instalações são das mais modernas, de modo que uma bodega de grande porte consegue operar com apenas cinco funcionários, e mais alguns temporários na época da colheita. Entre os vinhos, destaque para o Corbec, corte de 70% de corvina e 30%de malbec, produzido como um Amarone, e que em breve estará no Brasil.



Instalações e vinhedos da Masi Tupungato

A seguir, Salentein. Aí sim uma GRANDE vinícola, com toda uma infraestrutura voltada ao turismo, e uma arquitetura muito caprichada. Aqui o maior destaque fica por conta do enólogo, o recém-contratado Pepe Galante, que durante 35 anos foi o responsável pelos vinhos da Bodega Catena Zapata, e que agora assumiu a Salentein. Um dos vinhos que provamos, o Numina 2009, já traz sua assinatura e estilo.


Imponentes instalações da Salentein (vista BEEEM de longe) com os Andes ao fundo
Ali mesmo, tivemos outra minifeira, com as vinícolas Atamisque, Diamandes, Finca La Celia, Tamarí e Clos de Los Siete, além dos donos da casa. Entre os vinhos degustados, que estão na integra no post “Argentina – Notas de Degustação” , destaco, além do já citado Numina, da Salentein, o Zhik 2007, da Tamarí, o Heritage Cabernet Franc, da Finca La Celia, e o sempre bem feito Clos de Los Siete, presente com as safras 2008 e 2009.
De volta ao hotel, nada de descanso. Antes do jantar, no ótimo Siete Cocinas, mais uma minifeira, agora com Doña Paula, Krontiras, Domínio del Plata, Zuccardi, Riglos, Família Bianchi e Altos las Hormigas. Destaque para os malbecs da Krontiras, que tem a marca Doña Silvina, e são todos biodinâmicos, além do sempre campeão Q Tempranillo, da Zuccardi, o ótimo Ben Marco Expressivo, da Domínio del Plata, o elegante e agradável Colonia las Liebres Bonarda, da Alto Las Hormigas, e o campeão da noite, o Doña Paula Seleccion de Bodega Malbec.
Já o dia seguinte, guardava aquela que seria, na opinião de todo o grupo, a melhor visita da semana. Mendel. A entrada desta pequena bodega engana. Simples e acanhada, com um prédio antigo, e Mendel guarda em seus vinhedos, em Lujan de Cuyo, o segredo de sua qualidade; vinhas de malbec de mais de 80 anos, plantadas em pé franco, sem enxertia. Por dentro, a vinícola é pequena, mas muito moderna e organizada. Já os vinhos, obra do jovem e talentoso enólogo Santiago Mayorga, são de cair o queixo. O pior deles já é muito bom! Começamos com um Semillon 2011, ainda turvo, não filtrado, muito complexo e equilibrado, com grande potencial. A seguir, o Lunta 2009, malbec de entrada da linha, com uma qualidade equivalente e de muitos vinhos tops por aí. Por fim, uma sequência de quatro vinhos impressionantes, para dizer o mínimo, Mendel Malbec 2008, Mendel Unus 2008, Mendel Unus 2006, e Mendel Malbec Finca Remota 2008. Difícil cravar qual deles foi o melhor. Por fim, fica como destaque a guarda da vinícola, feita pelo Bruno, um cão negro do tamanho de um bezerro, e manso como um gato, que esteve presente em nossa recepção e despedida.

Mendel, vinhos maiúsculos
Dali, seguimos para a última visita da viagem, a Finca Decero, bodega muito bonita e moderna, que recebeu-nos, inicialmente, para mais uma minifeira, agora com Pulenta, Norton, Séptima, Filus, Clos de Chacras, Kaiken, Pascual Toso e a própria Decero. Aqui muitos vinhos se destacaram, então deixo a recomendação para que vocês vejam as degustações na integra no post “Argentina – Notas de Degustação”, ok? Em nossa visita pelas modernas instalações da Decero, ficou para o final a boa surpresa, de provar junto do enólogo, amostras de barrica dos cinco vinhos que compõem o corte do Amano, top da Decero, eram estes dois malbec, de duas parcelas distintas de vinhedos, cabernet sauvignon, petit verdot e tannat. Uma curiosa e didática experiência para melhor compreender o resultado final.

Finca Decero
No próximo post conto um pouco sobre nosso último jantar, bem como o regresso a Buenos Aires.
Abraço e até a próxima.

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