terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Nova Zelândia - Revista Escanção


Nova Zelândia – Vinhos dos Confins da Terra

A Nova Zelândia produz vinhos de estilo ímpar e qualidade destacada, apesar de sua relativamente curta história vitivinícola.

Falamos de um país que teve seus primeiros vinhedos implantados logo após a fundação do país, no início do séc. XIX, e seu primeiro vinho produzido anos depois, pelo missionário James Busby, entusiasta e pai da vitivinicultura kiwi.

Por muito tempo o foco foi em vinhos simples, muitas vezes recorrendo a variedades híbridas, visando atender fundamentalmente o mercado de consumo local. A onda da mudança começa nos anos 1970, quando Malborough começa a destacar-se pela sua produção de vinhos premium baseados na casta Sauvignon Blanc.

Falamos aqui de um país de pequenas dimensões. Ainda que falemos de 1.600km de Norte a Sul, quase o triplo de Portugal, são menos de 5 milhões de habitantes espalhados por esse território, que respondem por menos de 1% da produção vitivinícola global.

Muitos são os fatores que contribuem para tal destaque. Trata-se de uma nação que, justamente por seu isolamento geográfico e pequena população, foca sobretudo em vinhos de alta qualidade, afinal, não são baixos os custos de produção quando tem-se escassez de mão de obra.

Porém fatores geográficos também favorecem a produção de vinhos de elevada qualidade. Embora tenhamos climas que vão do subtropical no norte até o fresco clima montanhoso do sul, onde estão os vinhedos mais meridionais em todo o mundo, um fator comum à todas as zonas produtoras é o natural frescor de seus vinhos, proporcionado pela proximidade do oceano, nunca a mais do que 130km de distância de qualquer ponto do país.

Dividida entre duas grandes ilhas, Norte e Sul, com produção em toda sua extensão territorial praticamente, a Nova Zelândia tem mais de 60% de seus vinhedos na região de Malborough, no Norte da ilha Sul, seguida de Hawkes Bay, na ilha Norte, e Central Otago, no extremo Sul. A casta mais cultivada, grande símbolo nacional, é a Sauvignon Blanc, com mais de 21.000 ha plantados, mais de 50% da área total, seguida da tinta Pinot Noir e da Chardonnay.

Outro fator de importante destaque aqui é a constante preocupação com a questão ambiental; 98% dos vinhedos são certificados como sustentáveis e o país caminha a passos largos para atingir a ousada meta de contar com 20% de seus vinhedos certificados como orgânicos até o ano que vem, característica muito valorizada hoje em dia por consumidores e profissionais. Temos ainda uma preocupação a atenção constantes com a inovação, sempre introduzindo as mais modernas técnicas e equipamentos na vitivinicultura, usualmente na vanguarda deste setor, mesmo nas embalagens, campo no qual podemos destacar a importância do screwcap, presente como vedação de mais de 90% dos vinhos.

O típico Sauvignon Blanc neozelandês é um branco fresco, de acidez vibrante, marcados aromas citrinos e à frutos tropicais, além de evidentes notas vegetais, tão ligadas à casta, evocando espargos e relva recém cortada. Com médio corpo e boa persistência, oferecem excelente alternativa para harmonização com frutos do mar e peixes brancos, ou ainda acepipes como os pastéis e pataniscas de bacalhau.

Já os Pinots da ilha, especialmente os de Central Otago, são tintos expressivos e frutados, com marcado frescor e a típica sedosidade de seus taninos, sempre interessantes em harmonizações com carnes suínas, aves como codornas, peru e pato, ou ainda com massas e risotos com cogumelos.

Por certo, uma nação que merece maior atenção de sommeliers mundo afora!

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